sexta-feira, 13 de maio de 2016

Cicatrízes


Há dias em que tudo passa a fazer parte do antes,
delicadas memórias confundidas com momentos insignificantes, 
em meio ao desperdício de sorrisos em uma manhã cinzenta.

Gritar a plenos pulmões já não fazem parte
do mínimo conceito relativo à arte. 
Talvez seja medo de se opor a vida desatenta.

Lavei minhas mãos sem medo do fim
repensando a coragem que Deus deu a mim,
hoje escondo meu olhar atrás de disfarces.

Tudo que marca sempre foi bom?
Não lembro-me de limpar as marcas de batom
contidas em meu rosto após ósculos suaves.

Desesperada tentativa de apagar, mas não há jeito.
Estão contidas em meus braços e em meu peito
estigmas daquilo que foi acima de tudo agradável.

Quisera eu continuar ali
em momentos melhores do que os que vivi
nesta marcante trajetória de valor inestimável.

Um comentário:

  1. Que lindo esses versos, soam tão emocionantes e tristes para mim pois eu sei exatamente o que os levou a escrevê-los. As entrelinhas são uma mistura de lembranças e posteriormente da realidade do momento o qual foi escrito. Além disso, explora tudo isso de forma harmoniosa e paciente. Não se observa irritação, tampouco desprezo...apenas receio e pesar, no fundo talvez um pouco de esperança das coisas melhorarem. Belo poema! *--* Amei

    Beijos e tenha um ótimo dia, poeta! :D

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