Há dias em que tudo passa a fazer parte do antes,
delicadas memórias confundidas com momentos insignificantes,
em meio ao desperdício de sorrisos em uma manhã cinzenta.
Gritar a plenos pulmões já não fazem parte
do mínimo conceito relativo à arte.
Talvez seja medo de se opor a vida desatenta.
Lavei minhas mãos sem medo do fim
repensando a coragem que Deus deu a mim,
hoje escondo meu olhar atrás de disfarces.
Tudo que marca sempre foi bom?
Não lembro-me de limpar as marcas de batom
contidas em meu rosto após ósculos suaves.
Desesperada tentativa de apagar, mas não há jeito.
Estão contidas em meus braços e em meu peito
estigmas daquilo que foi acima de tudo agradável.
Quisera eu continuar ali
em momentos melhores do que os que vivi
nesta marcante trajetória de valor inestimável.